terça-feira, 27 de novembro de 2012

A ALMA ENTRE A MORTE E A RESSURREIÇÃO

by on 12:03
         Como a alma pode sobreviver à morte corporal se esta foi criada para ser a forma do corpo e existir em função dele, a fim de constituir a pessoa humana, que é uma unidade de corpo e alma? A concepção cristã da natureza humana difere da concepção grega e platônica. (Filósofo Platão) Para esta a alma é eterna e pré-existente ao corpo. Na verdade, o corpo é como que uma prisão para a alma. Já a tradição judaica e cristã concebe o ser humano como uma unidade composta de matéria (corpo) e alma ( o espírito ou sopro de Deus). De modo que a morte é separação do espírito (alma) do corpo. Voltando  a   pessoa ao nada. Ao pó. No entanto, como a crescente convicção de que a justiça divina não seria perfeita, se ao homem fosse concedido morrer de uma vez por todas, foi revelando-se ao poucos para os judeus,  a crença na Ressurreição dos mortos. Ressurreição esta, logo após a morte para a alma e ao final dos tempos para a pessoa humana, o corpo e alma. De modo que em vista da ressurreição futura, Deus impede no momento da morte, que a alma,  ou seja a consciência racional do homem, dotada de compreensão  e vontade, velha a parecer junto com o corpo. Não em virtude da natureza espiritual da alma, mas tendo em vista a ressurreição geral no fim dos tempos. Já que a alma não foi criada para ser um puro  espírito, deveria morrer junto com  o corpo. Se não morre é porque está destinada a reconstituir a pessoa, no final dos tempos, pela Ressurreição. Pelo pecado entrou a morte biológica para os seres humanos no mundo. Pela morte de Cristo veio a ressurreição e a vida.     Há uma corrente teológica moderna, que entende que a Ressurreição geral acontece na hora da morte. Sendo assim, morrer seria já um despertar para a Ressurreição final, porque não tendo consciência do pós-morte, o morto, mesmo que tenha passado milhares de anos, desperta repentinamente na Ressurreição do fim dos tempos. Ora, isto colocaria dois problemas Não se teria ressurreição propriamente dita, pois não haveria recuperação da pessoa,  a partir de uma parte salva, como um arquivo preservado, mas sim haveria  uma nova criação. Teríamos dois mundos simultâneos que nunca se encontrariam, o mundo presente e o mundo dos ressuscitados, de modo que todos os mortos teriam ressuscitado no mesmo dia neste outro mundo. Tanto os que morreram a há milhares de anos atrás como os que morrem hoje. Para podermos falar de ressurreição torna-se fundamental que algo constitutivo da natureza humana seja preservado. Algo que tenha pertencido só e unicamente aquele individuo humano que morreu. No caso, a alma ou parte espiritual do mesmo, dotado de consciência e vontade.  Entre a ressurreição e a morte, sendo puramente espiritual, as faculdades que alma opera são o   conhecimento, a memória e vontade. Não tem relação direta nem com as outras almas e nem com o mundo presente. Está ligada de forma especifica ao nosso tempo, porque para alma é necessário que ela tenha consciência da ressurreição futura, que ainda não aconteceu. Porém esta expectativa não gera nenhuma ansiedade ou tristeza para a alma. Ao contrário, pela certeza da Ressurreição futura e contemplação espiritual  da mesma, alma exulta de alegria por esta expectativa.  Mesmo que  uma apreciação da alma,  uma informação que ela recebe, possa corresponder a  milhares de anos em relação ao tempo da Terra. Em sua consciência pós-morte a alma revive toda a sua vida terrena. Para os que morrem na graça e estão em Deus revive o que fez segundo a vontade Deus. E isto traz a esta, alegria e bem-aventurança e gratidão a Deus. Os que estão longe de Deus, revivem todos os seus pecados e esta memória destes traz para estas, desespero e revolta. Este é o inferno espiritual da alma. Pela  intuição a alma é movida a interceder por pessoas particulares aqui na Terra. Tanto as que invocam o seu nome ( intercessão dos santos) como  por aquelas a quem Deus induz a alma a interceder.  Elas não tem o conhecimento dos que acontece na Terra diretamente. De modo que nem uma  só alma pode visitar a Terra. Embora Deus possa suscitar uma imagem no cérebro de um vidente, que corresponda a um santo que esteve na Terra e por meio deste enviar sua mensagem. No entanto é só por meio de Deus que é produzido  este fenômeno, que nada tem a ver com a mediunidade dos espíritas. Para eles, esta comunicação é direta e natural. Deus move a alma a querer manifestar-se a uma pessoa para fazê-la conhecer a vontade de Deus para ela ou para a Igreja. E ao mesmo tempo, Deus predispõe o cérebro desta pessoa a criar uma imagem mental desta alma bem aventurada, em conformidade com a  imagem mental que  tem deste santo, por suas imagens. Em síntese, é uma  visão provocada diretamente por Deus e não pela alma e nem tampouco pelo Cérebro, porque se fosse pela mente da pessoa seria uma alucinação.    As almas não mantem relações diretas entre elas. Só sabem da existência daquelas a quem foram muito unidas no mundo  e estão na contemplação de Deus. Desconhecem as almas que estão no inferno. E se comunicam indiretamente por meio de seus anjos. Em resumo entre a ressurreição e a morte  e as almas tem apenas consciência de si mesmas; e por intuição  das que precisam de sua intercessão  e do fatos  que ,segundo a vontade Deus, Deus as revela para alma, mantendo um união  com as mesmas por meio dos anjos que provocam nas almas, a percepção da situação dos que estão na Terra. Embora não veja estas agindo no mundo, apenas intuem suas necessidades. E mesmo intuído que estão com problemas em nada isto afeta a bem-aventurança da alma. Estas também têm  conhecimento de que serão ressuscitadas e aguardam o dia glorioso da ressurreição. Contemplam em Deus as imagens do mundo futuro, após a Ressurreição.    
         Depois do julgamento final, em que será revelado para todas as almas criadas desde o inicio do mundo, as salvas e as condenadas,  o destino de cada alma;  o mundo material será restaurado e o mundo atual será destruído. Um novo mundo de matéria sutil, muito superior ao nossa será restabelecido. De modo que todas as almas bem aventuradas terão relações diretas entre si, contemplarão a Deus diretamente e umas as outras também, e exercerão atividade de aperfeiçoamento deste mundo, perceberão a criação  dos novos mundos e das cidades espirituais segundo as necessidades de cada alma. O mundo novo será essencialmente diferente do atual e a situação da alma bem diferente de quando esta estava sem o corpo. Teremos um mundo verdadeiramente material, porque o corpo ressuscitado é material. Mas de uma matéria pura. Sem possibilidade de desgaste e eternamente renovável sem a necessidade da corrupção de outra matéria. É que muitas correntes espiritualistas chamam de matéria sutil. E outras denominam de cidades espirituais. Alias, são as próprias almas que, ao perceberam, quando separadas do corpo, a existência futura destas cidades,que  revelam por imagens, a alguns vivos a existencia destas, segundo a vontade de Deus. Daí a crença de que  o céu é material e um lugar, como foi visto  por alguns santos. Eles vêem por meio de uma percepção espiritual da alma, o mundo futuro pós-ressurreição.    
  A Ressurreição da pessoa se dará  apenas no fim dos tempos. Se a pessoa ressuscitasse logo após a morte, não haveria tempo e nem possibilidade de crescimento espiritual.  Jesus confirmou que a ressurreição se dará no ultimo dia deste  mundo como o conhecemos. E as almas tantos como as pessoas, não sendo eternas só podem existir no tempo. Embora manifestado-se em modos diferente do que conhecemos é sempre tempo. As almas não são Deus e por isto não são eternas. Só para Deus não existe o Tempo. Só Deus é Eterno. Entre a morte e a ressurreição, só as almas racionais estão aguardando a ressurreição futura e contemplam individualmente sua condição em Deus; revivem os fatos de suas vidas na Terra e intuem por vontade Deus a situação das outras almas e daqueles que invocam a sua intercessão e também o  mundo futuro após a ressurreição.

 Cascavel, 27 de novembro de 12. Prof. Francisco Silva de Castro

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

EXEMPLOS BÍBLICOS DE PROCISSÃO

by on 11:11



 ARCA DA ANTIGA ALIANÇA

"Levando nos ombros a arca da aliança os sacerdotes e TODO POVO EM PROCISSÃO obedeceram a ordem de Deus que culminaram no Cerco de Jericó"
 
 As Transladações da Arca da Aliança foram procissões.

         "Marcharam os guerreiros diante dos sacerdotes que tocavam a trombeta, e à retaguarda seguia a Arca; e durante toda a marcha ouvia-se o retinir das trombetas"

1.   A Procissão da Arca ao redor de Jericó: Josué 6, 6-19

2.   Procissão da Arca rumo à Terra Prometida: Nm 10,33;

3.   Condução da Arca à Jerusalém: 2 Sm 6,1-19;

4.   Condução da Arca para o Templo de Salomão: 1Rs 8,1-8;

5.   Arca levada ao acampamento e o retorno desta dos  filisteus: 1Sm 4, 3-7; 5, 1-5.; 6, 8-15
        
         O nome procissão é originário do latim processione, significa “marchar para frente”. Designa um ritual religioso, em que sacerdotes, irmandades e seguidores de um culto caminham, geralmente em filas, entoando ou recitando preces, levando expostas as imagens ou relíquias veneradas. As procissões são realizadas pelos mais diversos cultos, destinam-se a expressar os sentimentos religiosos e a realçar a pompa das solenidades.

        
         No Antigo Testamento, ao menos uma duzia de salmos fazem referência a uma procissão ou peregrinação. Também se pode ver em: (2 Sam 6,1) e (1 Cro. 16) aonde se descrevem solenes pompas, com cantos de salmos e grande júbilo do povo, que celebravam o translado da Arca da Aliança, e também em (1 Re. 8) e (2 Cro. 5) Os judeus realizavam procissões para Páscoa, Pentecostes e para a festa dos Tabernáculos, e se dirigiam a Jerusalém.  Nos primeiros séculos da era cristã foi muito comum ver os cristãos reunidos, ainda no tempo da perseguição, para levar em procissão o corpo dos mártires até o lugar de seu sepulcro,


 
         Na Idade Média continuou a prática de celebrar procissões publicas. Os protestantes atacaram fortemente este costume, por isso o Concilio de Trento aprovou tão louvável costume. Depois de Trento, os papas tem mandado celebrar em diversas ocasiões procissões publicas.

         Quanto ao sentido e valor das procissões temos que ter em conta que a Igreja nesta terra é um povo imenso que avança em procissão a Cidade Eterna, a Jerusalém Celestial (Ap 7,1-12). Assim pois, as procissões tem um alto significado de antecipar simbolicamente o mistério último da Igreja que é a peregrinação até o céu.  Além disso, são atos de culto público a Deus, que ao mesmo tempo leva consigo um caráter de proclamação e manifestação externa e pública da fé.

         Em nossas procissões, as imagens representam Cristo, Maria, o Espírito Santo, a Trindade ou algum santo (a), nosso irmão e intercessor (Hb. 12,1) que caminha conosco enquanto peregrinamos na terra.
         As imagens SÃO representações de pessoas QUE  VIVERAM, AMARAM E SERVIRAM A DEUS. Estão no Céu com Cristo e intercedem por nós. Tal qual o nosso, seus corpos foram templos do Espirito Santo. Podem ser representados porque tinham carne e ossos como nós o temos. Jesus reconheceu que imagens podem representam pessoas. Ele reconheceu que uma imagem  de César na moeda representava  Cesar, imperador de Roma; por isto disse. “Daí a César  o que é de Cesar...”
IMAGENS DE SANTOS DE DEUS  NÃO SÃO ÍDOLOS.
         As imagens representam a presença dessas pessoas, como a Arca representava a presença de Deus.  A Arca representava o próprio Deus no meio do povo, por isso quando a Arca é levantada, Moisés diz: "Levanta-te, Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam. (Num 10,35)"
         Diz a Bíblia que sobre a Arca iam dois querubins de ouro, feitos por ordem de Deus, assim sendo, os israelitas levavam imagens em suas procissões. Como a Arca era venerada, e, por conseguinte seus anjos também, veneramos as representações sagradas de nossos irmãos heróis (Hb 6,12) na fé ou de Maria e Cristo, ao vê-las e rezar diante delas elevamos nossa mente ao céu, e os santos que não cessam de interceder por nós e pela redenção da humanidade (Ap 6,9-11)(Apoc 8,3-4) ,(Mt 18,10), oferecem nossas preces ao Pai (Apo 5,8), pelo único Mediador da Salvação (ITim 2,5) Jesus Cristo, Senhor Nosso.

        
          O católico tem o dever de manifestar publicamente a sua fé, lembrando-se das terríveis palavras de Jesus Cristo:
“Aquele que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos” (Mc 8, 38).
        
Texto  inspirado no conteúdo do  site:
Oásis de Maria.
 http://oasisdefatima.blogspot.com.br

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