domingo, 18 de setembro de 2011

"...DE COSTAS PARA O POVO!"

A crítica mais comum de uma pessoa que ouvia a missa antes da reforma é esta. "O padre ficava de costas para o povo." Eu não sou do tempo da missa em latim e do padre de costas para o povo, como dizem. Mas fiquei me perguntando: Era esta critica feita pelas pessoas no tempo em que a missa era celebrada desta forma? Acredito que não. Todos sabiam na época que o padre ficava de costas porque era a forma em que era celebrada a missa. Além de esta ser em latim. E era em latim, também porque era missa. Se fosse um culto protestante ou de crente, como diz o nosso povão, seria em português.
            Compreendo, que o que fez o povo perceber. ou ficar indignado, com a o padre de costas, foi a missa nova. Foi o padre colocar-se para a assembleia e ficar frente a frente com o povo. Isto parece que despertou nos católicos, algo que eles não sabiam por que era daquela forma. Foi como se descobrissem. “Nossa! Eles davam as costas para a gente e nós nem percebíamos esta falta de educação.” Ou no dizer de um bispo: "O padre falava para uma parede" (só lembrando, que na frente da parede, ficava o sacrário, com o Cristo realmente presente, como pão que desceu do céu) Se não fosse pela reforma de Paulo VI, o povo sempre iria entender que o padre estava de costa, porque celebrava uma missa católica romana. E celebrava em latim, porque era uma missa católica romana. Com a radical reforma litúrgica, foi como se este tempo todo o povo não houvesse descoberto a verdadeira missa ou esta estivesse no mínimo equivocada. Agora o  padre pode falar para povo e o povo olha para o padre. Este não fica de costas e de frente para o santo, como eu ouvi um guia explicando na Igreja em Petrópolis. Então, a reforma litúrgica para muitos católicos, veio para corrigir um aparente  erro de mil e poucos anos. Um gesto para o qual talvez não houvesse explicação. O catecismo afirmava sem dúvida que a missa era o sacrifício incruento da cruz. Sacrifico sem morte ou efusão de sangue. Mas não é do meu conhecimento que tenham explicado  o porque do latim e o padre ficar de costas para o povo na celebração da missa. Estão explicando agora, com o retorno da missa antiga. Porem no tempo em que se rezava numa língua em que ninguém entendia, e o padre mal educadamente dava as costas para o povo creio que não houve explicação sobre isto. Foi desta forma que foi recebida a reforma litúrgica. Como uma correção. Comprova isto, que são os que eram do tempo da missa antiga, os que mais a criticam. Minhas tias e meus conhecidos nunca se esquecem da famosa frase. "O padre de costas para o povo." É até mais falada do que a questão do latim. Embora este também  seja agora considerado pelos mais antigos, e pelos novos padres como um absurdo. Uma língua para ninguém entender. Nem lembram que Deus entende todas as línguas.
            Todas estas criticas, estas descobertas para muitos, absurdos no rito de Igreja católica antigo, vieram a ser percebidas depois novo missal. Antes, não! Antes era missa. Sim, havia movimentos por uma reforma litúrgica antes do Vaticano II. Mas restrita a alguns bispos e padres e a certos países e esta não chegou  as paróquias mais distantes e  ao povo de forma geral. A ausência, na época de uma explicação do rito da missa e a descoberta de que certas atitudes do padre não foram explicadas foram esclarecidas pelo novo missal. Era desrespeito para com o povo. "Ele ficava de costas para a gente... e nós nem nos demos conta disso. Só agora, só depois de 1970, a Igreja mostrou que o padre deveria ficar de frente para povo. Encarando o povo." Não foi esta a mensagem e talvez  provavelmente o  objetivo dos que fizeram a reforma da missa? Denegrir ou no mínimo deixar duvidas na mente dos fiéis sobre certas atitudes na missa que aparentemente  não faziam sentido? O  que a reforma da missa do Vaticano II passou ao povo,  foi que o padre de costas e o latim não eram conveniente, não faziam sentido. Foi desta foram o povo entendeu. Sim esta foi a mensagem do novo modo de celebrar a missa.
            Mas tudo isto acontece depenado da compreensão do que seja missa. O que é a missa? Se for uma palestra sobre Deus, uma exortação para o povo de Deus, realmente seria muita falta de educação falar de costas para esta assembleia reunida. Mas é a missa uma palestra, um discurso sobre Deus e um grupo, que se reúne para rezar juntos a Deus com o padre? Não! Se a missa for o ato de culto a Deus, o oferecimento de um sacrifício perfeito, em que a oferta maior é o próprio Jesus; se a missa for como uma comitiva, que tendo o padre a frente, vai oferecer a Deus, o cordeiro imaculado, não teria sentido o padre ficar de frente para o povo, e de costas para aquele a quem vai se oferecido o sacrifício. Que comitiva que se dirige a uma autoridade, fica de costas para esta, quando o representante desta, se comunica com ela? Nesta terra nenhuma. Este sim, seria o verdadeiro desrespeito do povo para com Deus, ao fazer a  oferta a Deus da hóstia pura, o próprio Cristo Jesus. Ficar de costas para Ele. Fica aí a  reflexão!
            Entendi que mudar a posição do sacerdote no rito novo trouxe muitos mais problemas do que o uso da língua nacional ou português. O missal poderia muito ter sido traduzido para o português e a missa ser celebrada na língua do povo no rito antigo sem mudar uma palavra. Teríamos bem menos abusos e confusões. Infelizmente, quiseram ir muito, além disso. Os frutos desta mudança estão patentes: confusão, incompreensão do rito anterior, explicações do antigo rito no fora do tempo em que fora necessário e só em virtude da volta deste; ou por causa da missa nova. Invenções dos padres, que de certa forma, se tornaram os donos da missa e fabricam a cada dia o seu ritozinho pessoal.  A missa é para Deus. É culto de Adoração exclusivo a Deus. Eis o que transmitia a posição do padre rito  Gregoriano ou em latim.  Hoje a missa é uma reunião festiva da comunidade que louva a Deus, em que o padre valoriza o povo e fala para o povo SOBRE DEUS E NÃO COM DEUS;  eis o que trouxe o novo rito do Vaticano II.
Queira Deus que voltemos a unidade litúrgica na Santa Igreja Católica. E que Deus, por seu poder e amor, faça que a missa seja apenas o que deve ser: Missa! Sacrifício, Adoração ao Pai pelo Filho, no Espírito Santo.

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